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Após semanas de trabalho poderia dizer que aquele humilde vilarejo havia se tornado um pequeno império, onde o imperador havia recebido dos deuses o poder de ser o próprio raio. Após todas as mudanças e trabalho que Baldur fazia na ilha, os nativos sequer cogitaram agir contra ele, diminuir sua liberdade, estavam inebriados com tamanha imponência do guerreiro que surgia em Verevol, dava fim ao pesadelo e os fazia sentir o ar da prosperidade batendo em seus rostos novamente. Baldur fazia Verevol Island, se tornar um reino, Verevol Kingdom, ou ao menos fazer o povo sentir o desejo e a ambição de tornar a ilha um lugar grandioso.

Umbra que tinha tomado um tamanho muito maior do que quando chegara na ilha, atraía olhares de todos, como se fosse um dos lupinos convertidos ao lado dos cidadãos, mas era muito mais que isso, Umbra podia ser denominado como Rei das Feras, isso se Baldur não sentisse que o verdadeiro Rei daquelas criaturas era Arthur, cujo não se esquecia da presença ao outro lado da muralha.

A prosperidade parecia estar a favor de Verevol, depois de muitos dias de luta, finalmente pareciam ter encontrado glória novamente, as plantações cresciam, as frutas pareciam ainda mais saborosas e o mar agraciava a todos com uma pesca excelente.

As crianças corriam para brincar com Umbra, se não fosse por terem acompanhado sua expoente crescida, certamente morreriam de medo, mas agora agarrava nos fios da curta juba do leão e se penduravam, montavam no grandioso leão e se divertiam como nunca antes.

Enquanto as crianças brincavam com Umbra, o filho da tormenta havia cortado o céu em toda sua grande velocidade e se posicionado no lago, um local onde poderia buscar pela resposta dos mistérios que sondavam a ilha. Sua voz ressoava alto o suficiente para que pudesse ser ouvida do leste à oeste em Verevol, e certamente alguém com audição aguçada como Arthur Stronghold conseguiria ouvir.

- Devo admitir que você me decepcionou, garoto. -

A voz surgia, um tom inconfundível pela sua presença, logo vindo da parte mais densa da floresta aparecia Arthur, usando de roupas similares à aquelas do primeiro encontro com o nortenho.

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O nortenho se portava de maneira completamente diferente agora, estar curado de suas feridas o fazia agir de modo mais rispido com aquele à sua frente, Arthur percebia facilmente aquela mudança de comportamento, antes um cachorrinho perdido e agora Baldur se sentia como um leão, um leão imponente diante de um lobo. Até mesmo sua posição alta o fazia sugerir superioridade diante do homem com os pés no chão.

- Você me mostrou que sua vida é mais importante que a de seus companheiros. Quando preferiu fugir ao invés de dar até a última gota de seu sangue para ajudá-lo. - Arthur parava à alguns metros da borda do lago e assistia enquanto o filho da tormenta descia para colher algumas plantas e voava novamente deixando o deboche. Tirava sarro do homem que parecia não cair na provocação e continuava perseguindo Baldur com os olhos brilhantes.

- Sabe garoto, eu tinha gostado de você antes, me lembrou um pouco como eu era. Mas me enganei e agora não vou te deixar sair vivo dessa floresta. -

Arthur se abaixava e pegava uma pedra pouco maior que sua mão, se levantava e num movimento rápido a lançava com extrema força e velocidade, como se estivesse jogando uma bola de gude em direção à uma parede, a pedra cortava o ar seguindo em direção de Baldur, que poderia tentar se esquivar daquele ataque, mas não conseguiria fazê-lo a tempo. O pedregulho, porém, passava direto por sua cabeça que se deformava em raios e logo normalizava.

Baldur conseguia ver os olhos de Arthur amarelados por um segundo, para logo voltar ao seu tom castanho, o homem parecia lutar para conter sua fúria interior, e ambos os punhos estavam apertados como se estivesse esmagando os próprios dedos.

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O guerreiro do norte se armou com o raio e então o lançou na direção de Arthur, conseguia ver que o homem tentou dar alguns passos para o lado, mas não teve velocidade suficiente para se esquivar daquele ataque, fazendo com que o raio acertasse em cheio seu peito. O Filho da Tormenta poderia comemorar o acerto, isso significava que seu inimigo era mais lento, porém, o choque que fazia os lobos gritarem, nada fazia contra Arthur que se mantinha parado sem mover um musculo sequer.

Ambos se encaravam e enquanto Baldur mencionava sobre Valhala, Valquirias, ele conseguia presenciar bem na sua frente a mudança de forma de forma de Arthur, que em grande velocidade perdia sua pele, dando lugar à pelos, seu tamanho crescia quase três vezes, ficando maior que o próprio nortenho. Os dentes eram maiores, de forma que a mandíbula sequer conseguia se fechar e as garras poderiam ser facilmente confundidas com espadas esbranquiçadas e lustradas. Os olhos agora pareciam ver a própria alma do pirata.

- Você acredita mesmo que está em posição de pedir respostas? - Ao contrario dos outros lupinos que eram descontrolados e cheios de fúria, Arthur continuava parado na mesma posição e sua voz saía tão clara de ser escutada quanto o estrondo dos trovões no céu. A tranquilidade se mantinha, mas surgia um rasgado ao fundo, um rosnado que era levado junto pelas ondas sonoras.

- Usuários de logia são sempre cheios de confiança... Narcisistas... Principalmente quando são jovens. Mas o verdadeiro poder está nas Zoan. Eu vou te mostrar por que me chamam de O Terrível. O movimento parecia ser simples, aos olhos de Baldur, Arthur sequer havia movido um musculo de seu corpo, o salto tinha tanta velocidade que superava com extrema facilidade a velocidade do guerreiro do norte, o único momento em que tinha visto alguém tão rápido assim era quando ele mesmo em forma de raio havia fugido dos lupinos.

em milésimos, as garras de Arthur estavam no pescoço de seu oponente, as afiadas garras não passavam direto pelo corpo de energia do pirata, travavam em sua garganta e cravavam, o movimento era constante, da mesma forma que o lupino tinha pulado para agarrar seu alvo, ele caía do outro lado do lago, no pouso, batia o corpo de Baldur no chão, com força suficiente para afundar um pouco o solo. Em seguida arremessava o guerreiro do norte na direção das árvores.

- Você não devia ter voltado para cá, garoto. - Arthur falava enquanto seu tamanho reduzia cada vez mais, até que chegasse em sua forma humana normal.

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O confronto de dois guerreiros, seria essa a luta entre Thor e Fenris? O guerreiro do raio erguia sua arma e bradava o nome de sua habilidade para em seguida se transformar em um raio que percorria todo o cenário avançando na direção de do guerreiro lobo, este que não conseguia velocidade suficiente para se esquivar daquele ataque, atingindo em cheio o lobo.

Os dois corpos voavam em direção ao lago escuro e tudo ficava caótico diante daquele breu iluminado pela eletricidade e o movimento da água dado o encontro do corpo de Baldur, que não perdia um segundo sequer, finalizando seu combo seguia para frente afim de dar um soco com toda a sua força, seu corpo fornecia o choque, inundando toda aquela água feito uma enguia.

Durante o caos do movimento, seu corpo atingia alvo algum, embaixo? Se Arthur tivesse afundado mais para puxar os pés de Baldur e afogá-lo teria tomado o choque e certamente estaria ainda mais ferido. Porém, nada parecia surgir debaixo, O nortenho utilizava de sua akuma no mi para alçar vôo buscando pelo seu inimigo. Antes que pudesse tomar distância olhou para cima e viu um lobo mais magro, uma forma diferente da que tinha visto anterior. O lobo chutava o ar como se estivesse pegando impulso e descia em alta velocidade enquanto seu oponente subia saindo da água. Baldur conseguiu ver que o corpo inteiro do lobo agora tinha uma pelagem mais escura e parecia tão dura quanto aço, como se Arthur tivesse utilizado algum outro poder para cobrir o corpo com ferro. Uma máquina de guerra.

- Aenocyon! - O golpe de grande potência que Baldur dava em Arthur era devolvido, um soco que atingia precisamente o rosto do filho da tormenta, certamente arrancaria alguns dentes se a forma atual do lupino não fosse menor que a anterior. Mas a força ainda era esmagadora, na mesma velocidade que Baldur saía do lago, Arthur estava descendo, a velocidade de ambos unidos ao golpe era suficiente para gerar uma onda de choque. Essa que lançava o guerreiro do raio para dentro do lago feito um míssil.

Tudo se tornava completamente escuro para Baldur. Os portões de Valhala estariam tão próximos assim do nortenho? Não. Seus olhos logo se abriam novamente enquanto sentia seu corpo sendo arrastado para dentro da floresta sombria pela mesma forma de lobo que o havia acertado a primeira vez. O lupino puxava Baldur pelos pés, arrastando suas costas pelos galhos e irregularidades do solo. Suas mãos presas para cima em um par de algemas e por alguma razão... Não conseguia mais se transformar em raio. Haviam os deuses removido seus poderes?

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Silêncio, era apenas isso que recebia como resposta daquele grande lupino que o arrastava, por cerca de cinco intermináveis minutos onde a incerteza era tudo que Baldur tinha. Até que finalmente Arthur largou a perda do nortenho e voltou para sua forma humana. O homem apoiou seu corpo em uma árvore e começou a tossir, logo em seguida cuspindo um pouco de sangue no chão ao seu lado. Continuou apoiado na árvore e pegou algum ar antes de se virar para Baldur.

- Eu te disse que você não ia sair com vida dessa floresta, garoto. Escolheu o cara errado para desaviar. - Arthur deu mais uns dois passos, e chegou em uma pequena pedra, cujo vez algo que o nortenho não conseguia ver, para logo em seguida o solo se abrir em sua frente. - Levante-se. Se tentar correr, eu arranco a sua cabeça fora, entendeu? - Arthur estava claramente cansado, mas sua voz era ainda mais agressiva que antes e os olhos brilhavam em ouro novamente.

Arthur aponto para frente, sinalizando para que Baldur seguisse adiante e ficou o observando. O Filho da Tormenta tinha pouco o que fazer, sabia de seu estado e suas pernas estavam bambas ainda, desnorteado pelo último golpe que recebera, seus olhos ainda estavam pesados como se a qualquer momento pudesse desmaiar novamente. - O que você viu foi o Haki do Armamento, pelo visto você também é forte. Teria um futuro brilhante se não fosse enxerido demais. Agora ande.

Baldur pôde ver que adentrava em um corredor que descia para o subsolo, os pisos eram brancos, as paredes também. havia quase odor algum ali, mas a instalação parecia grandiosa de acordo com as curvas que fazia, conseguia ver algumas portas fechadas também em completo branco, exceto pela numeração em ao lado que indicava algo desconhecido por Baldur. C1, C2, C3... Passava por elas até que chegava a um grande salão circular que parecia dar caminho para vários outros corredores. Algumas máquinas quebradas estavam jogadas em um canto e um senhor com jaleco branco surgia de outro corredor.

- Santo Deus, Stronghold! - Falava tomando um evidente susto com a presença de Baldur que chegava a tocar o teto do local com seu grande corpo.

- Apenas um rapaz intrometido, vou levá-lo para a B4. Eles ainda estavam atrasados ou já chegaram com a carga? -

- Ainda atrasados.

- Incompetentes... Ande garoto, vamos. - Falava continuando os passos, o doutor se aproximava parecendo analisar e não demonstrava medo, ele encarava feito um espécime raro enquanto mexia em sua barbicha. Baldur por outro lado conseguia sentir que mesmo de costas Arthur prestava atenção em cada movimento, quase como se pudesse ler os pensamentos do nortenho.