Prender Julius Moira deixava nada além de um gosto agridoce em minha boca. Por um lado, o homem merecia aquilo. Era um louco que achava que tinha de sujar as mãos para limpar a sujeita de Flevance, por outro eu quase simpatizava com sua ideia, Moira finalmente havia deixado de ser um cordeiro e tinha decidido enfim agir pelo bem de sua família, apenas tinha apontado as garras para o lugar errado. Chegando ao quartel era chamado direto para a sala do agente sênior o qual eu ia sem demora.

- Minha missão era a de entregar o culpado pelos assassinatos para os marinheiros, assim como foi solicitado, Moira foi entregue respirando com evidências satisfatórias para sua captura. – Respondia ao homem. Para ser sincero estava mais interessado em como lidar com o ferimento seco de sangue do que com o resmungo do agente sênior. Era evidente que a responsabilidade em lidar com a população e com os boatos a cerca dos agentes não era minha responsabilidade. – Em adicional pude impedir um massacre que seria comandado pela marinha, quando o cônjuge de uma das vítimas fez alguns reféns por conta deste boato. Com isso você têm um agente que salvou civis, Moira e sua esposa, ambos ávidos a confessar o crime e um minerador preso injustamente pelo crime de matar sua esposa que deve agradar o povo. – Estava prestes a deixar aquela sala sem me importar com o que aconteceria, mas antes falava. – A marinha ainda não deve ter vasculhado o esconderijo de Moira, mas mesmo que não encontrem evidências será fácil implantar a história que o senhor quiser contar. – Finalizava o argumento observando o desespero do agente ao fuçar em suas gavetas, parecia que ele nem ao menos sabia onde estavam as coisas que procurava.

Quando me era comunicada a transferência apenas acenava com a cabeça. Estava quase que feliz por finalmente deixar Flevance para trás, minha estadia naquele lugar tinha sido no máximo, perda de tempo, não estava mais próximo de meu objetivo e agora era jogado para outro lugar distante. Entretanto fazia uma nota para mim. Um dia eu voltaria para Flevance, não como Arthur Lawrance, mas como Erik. Queria ver o rosto daquele homem ao perceber isso.

Deixando a sala eu fazia como era ordenado, buscava os marinheiros para que pudesse encontrar não apenas um lugar para descansar, mas também roupas, comida e uma enfermaria para lidar com a bala que havia me alvejado. O dia havia sido longo apenas desejava que acabasse logo.

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