Os pássaros mensageiros voavam pelos céus, levando consigo os jornais recentes, que continham notícias importantes para os habitantes do mundo. Suas asas batiam com leveza enquanto sem saber, estavam sendo arautos do prelúdio de um começo de nova era. Os Jornais chegavam aos poucos para todos na Grand Line, Piratas, Marinheiros, Caçadores de Recompensas, Civis. Era anunciada a apresentação da nova força da Marinha, o intuito era evidentemente de demonstrar seu poderio aos piratas e manter a ordem nos mares, uma vez que era crescente os envolvidos com pirataria desde a prisão do último almirante de frota. Além disso, nas páginas do jornal, constava a notícia da iminente execução de Baldur Gantz, um meio gigante que havia cometido uma série de crimes impiedosos e aterrorizava o coração de todos os habitantes da Grand Line.

Enquanto isso, em Impel Down, a lendária prisão subterrânea, Baldur aguardava seu destino sombrio. Suas correntes rangiam enquanto ele era escoltado para fora da cela e conduzido pelos corredores escuros. Os guardas o cercavam, cientes da periculosidade do prisioneiro, e mantinham um olhar atento em seus movimentos.

Pela primeira vez em pouco mais de 2 anos, Baldur sentia a luz do sol tocar sua pele, sequer sabia do destino que o aguardava. Mas era plausível que imaginasse não ser uma coisa boa, pés e mãos estavam acorrentados, dificultando até mesmo o seu caminhar para subir a rampa da enorme embarcação que o aguardava. Na proa, estava Rond Duerk, a figura era conhecida por todos no mundo, incluindo o pirata. Um dos três almirantes se mantinha parado com ambas as mãos apoiadas em sua barriga, e sua famigerada bola de kairouseki presas em correntes que repousavam sobre seus ombros.

De todos ali, ele era certamente a figura mais intimidadora, seus olhos pareciam atravessar os de Baldur quando se cruzavam. O Nórdico podia até mesmo invejar a barba escura e bem cuidada do Almirante, uma vez que seus cabelos soltos e barba grande, lhe davam um aspecto ainda mais bárbaro do que costumava ser.

Uma viagem de curta duração, mas longa para a maioria dos tripulantes da embarcação os aguardava, mesmo que a segurança fosse extrema e
prisioneiro estar acorrentado com kairouseki em um dos mastros. Alguns marinheiros ainda se sentiam intimidados por Baldur Gantz, o pirada do norte, A Tormenta, que atormentara milhares de vidas, com sua recompensa de 450 Milhões de Berries e um rasto de terror. Ele era um dos mais famosos piratas chamados de SuperNova, infelizmente para Baldur, seu reconhecimento não era por razões que gostaria.


Em Marineford, onde os preparativos para a execução estavam em andamento. O sol brilhava no céu, destacando o imponente quartel-general da Marinha. Neste momento, apenas três dos Shichibukai, e alguns membros de escalões menores da Marinha haviam chegado. O ambiente estava tenso, aguardando a chegada dos membros de maior importância.

Os Shichibukai, com suas personalidades marcantes e habilidades temíveis, reuniam-se em um canto, cada um imbuído de sua própria motivação. Eles sabiam que seus interesses pessoais poderiam entrar em conflito com os objetivos da Marinha, mas, por enquanto, estavam ali como aliados relutantes.

Enquanto isso, os marinheiros de escalões menores mantinham uma postura firme e concentrada, cumprindo suas tarefas com diligência. Apesar de sua menor hierarquia, eles estavam cientes da importância desse evento e da responsabilidade que carregavam. Sabiam que algo grandioso estava por vir, mesmo sem saber do que se tratava essa nova força da marinha.

À medida que o tempo passava, a atmosfera em Marineford ficava cada vez mais carregada de expectativa e tensão.

Dentro do Quartel General, Arslan Dain estava sozinho, seus companheiros e subordinados, ficavam junto aos outros de menor patente. O Herói do Leste, via uma movimentação inquieta de alguns agentes do governo e outros marinheiros. Escutava alguns comentários sobre feras selvagens estarem acorrentadas em determinado local. Sabia exatamente do que se tratava, melhor do que todos ali.

Pouco tempo passou até que foi convocado para a entrada ao público. Estava pela primeira vez na presença do Almirante de Frota, Barthore, um homem claramente determinado e com aparente forte senso de justiça, o cumprimentava com um sorriso largo e um aperto de mão, seguido de um "Ouvi falar muito bem de você, rapaz!", mas a pressa para o grande momento era urgente, e não podiam se dar ao luxo de uma conversa.

Uns eram direcionados para a esquerda, onde teriam uma posição vip para assistir, dentre eles, o Agente do Governo Erik Lawliet Walker, o encarregado de oferecer suporte tecnológico para a segunda parte dos experimentos.

Outros, eram enviados para a direita, onde ficavam lado a lado com o Almirante de Frota, em uma posição invejável.

A imprensa logo enlouquecia com a aparição daqueles três no púlpito. Almirante de Frota Barthore, Arthur Stronghold e Arslan Dain. Os que estavam ali presentes enlouqueciam com a aparição destes três. O Jovem Marinheiro podia ver seus principais companheiros em uma posição luxuosa próximo ao local onde estava.

Sem delongas, o discurso começou:

- Hoje, nós celebramos a mudança de uma era. Hoje, nós não só faremos história, mas vamos guiar o mundo para um novo caminho de paz! Graças a uma longa pesquisa, nós pudemos dar um avanço cientifico surpreendente. Não haverá mais pirataria neste mundo, não enquanto eu estiver no comando! - Os Dendenmushi espalhados por Marine Ford replicavam a voz de Barthore e toda sua imponência e soberania. O discurso se estendia um pouco mais, onde Barthore contava sobre feitos próprios e sua ascensão ao posto de Almirante de Frota.

- Hoje, mostramos ao mundo um grande avanço cientifico! Hoje, fazemos história! - Cinco criaturas animalescas caminhavam presos a correntes, suas babas pingavam no chão e seus corpos pesados marcavam com um barulho grotesco cada passo. Eram puxados pelo Doutor Oberon, que segurava uma corrente e os guiava feito animais adestrados até que finalmente todos pudessem ver.

Pela primeira vez o mundo estava vendo aquelas criações, não eram como usuários de akuma no mi, que transmutavam seus corpos em animais, não, esses eram grotescos, sujos e aqueles mais próximos do púlpito que tivessem boa visão conseguiam até mesmo ver manchas de sangue em suas garras e a inexistência de uma alma em seus olhos.

Arslan foi o primeiro a sentir o arrepio em sua espinha, quando uma daquelas feras, até maior que si mesmo em sua forma transformada parava ao seu lado. O silêncio permanecia entre as pessoas que estavam no publico daquela apresentação. Por um minuto, parecia que alguns consideravam se aquilo fazia algum sentido. As criaturas pareciam claramente como armas, sem vida, apenas objetivos com fim de destruir.

Foi preciso apenas um click, um dos jornalistas a bater a primeira foto, que o silêncio perturbador era quebrado e diversos outros clicks eram escutados a seguir. Novamente, o Almirante de Frota Barthore tomou a palavra, causando imediato silêncio nas fofocas quase gritadas do público comentando o assunto.

- Não haverá mais espaço para criminosos nesse mundo, todos viverão sob a lei, a lei que o Governo Mundial estabelece! Não aceitaremos mais pessoas como Baldur Gantz de existir nesse mundo!

...

- Vamos, rapaz! - A voz grossa e forte do Almirante chamava a atenção do Nórdico, que tinha sua cela cuidadosamente aberta por marinheiros. O Almirante Chang era uma figura conhecida no mundo, estava a muitos anos naquele cargo e era definitivamente um homem de grande poder, mesmo que seus poderes não fossem revelados ao público.

As palavras eram poucas, seu olhar parecia mostrar algum tipo de pesar com toda aquela situação. Removido da cela, o Nórdico caminhava escoltado pelas paredes da embarcação, a viagem curta tinha sido inteiramente sem problemas, nenhuma inconstância ou preocupação extra da tripulação, além é claro de estar carregando um dos criminosos mais procurados do mundo.

Finalmente, chegava na proa do navio e podia ver o local onde agora, já sabia que seria o fim de sua jornada, MarineFord, a construção era conhecida por todo o mundo, não era diferente para Baldur. Descia a rampa do navio e observava enquanto do outro lado aguardando estava Mature Fords, outra Almirante.

- Você está atrasado! - Reclamava a mulher, seu rosto esbanjava cinismo e deboche. Era respondida com um resmungo de Chang, o almirante que levava a Tormenta para MarineFord.

- Você não vem mesmo? Sabe que Barthore vai ficar uma fera. - Comentava enquanto prendia o cabelo loiro novamente, mesmo que já estivesse bem preso antes. Chang novamente não se pronunciava, apenas balançava a cabeça negativamente.

- Nós já estamos sem o Goobie, ninguém sabe se ele vai se recuperar daquele confronto no West Blue. Pobre rapaz, ele era um jovem tão bonito e atraente, vai ficar desesperado se acordar e ver o corpo todo queimado daquele jeito. - Lamentava Mature com seu colega Almirante. - Se der algum problema eu apareço para ajudar. Sabemos que não vai. -

Chang finalizou e voltou caminhando para sua embarcação, enquanto alguns marinheiros desciam e outros subiam para acompanha-lo. - Sabemos, ninguém vai aparecer pra resgatar esse zé ninguém aqui kiskiskiskis. - Continuava seu deboche. Baldur, aprisionado daquela forma, mal conseguia se mover ou dar passos, mesmo que seus olhos desejassem fritar a Almirante, ele sabia que ela era uma mulher de enorme poder e a sua manipulação de cristais eram famosa no mundo todo, uma das razões fora por ter sido ferramenta chave na vitória dos almirantes contra o antigo Almirante de Frota Mori Thomhawk.

...

- Dito isso! Nós estamos aqui para selar o inicio de uma nova era, chegou ao fim A Era dos Piratas, viveremos agora a Era do Governo Mundial! - Finalizava Barthore, depois de um longo discurso. As feras já não estavam mais no púlpito, e a muito tinham deixado espaço para uma guilhotina, uma forma certamente dramática de se realizar uma execução.

Arthur tinha deixado o local e com ele Arslan também saía, mas não tinham espaço para conversar sobre absolutamente nada, poucos passos davam nos corredores de Marine Ford e já viam, Almirante Mature caminhando com toda sua elegância na frente, enquanto marinheiros fortemente armados caminhavam ao redor de Baldur Gantz. Arthur sequer olhava para o prisioneiro, apenas caminhava em frente, mas isso era uma tarefa difícil para o prodígio Dain. Um contraste forte ecoava sobre as duas figuras, quase como se o tempo congelasse naquele momento, como se toda luz se voltasse apenas para esse cenário, onde apenas pirata e marinheiro existissem, a ascensão e a decadência. Dois mundos diferentes, mas não tão distantes assim.

Finalmente a imagem de Baldur surgia em MarineFord para todos verem, o meio gigante era imponente até mesmo diante de Barthore que tinha pouco menos que sua altura. Desta vez não havia silêncio, o alvoroço se estabelecia, a maioria das vozes gritava palavras ofensivas para o Tormenta. Mas todos aqueles que estavam mais próximos, Shichibukai, Agentes do Governo e Marinheiros de Alto escalão, conseguiam sentir a tensão que todo aquele cenário trazia.

Agora estava Baldur, na presença de um dos homens mais poderosos do mundo, que sequer olhava em seus olhos. Continuando seu discurso.

- O dia de hoje será um símbolo para a nova justiça! Uma justiça implacável! Baldur "A Tormenta" Gantz, Este homem! Que matou milhares de inocentes, destruiu diversas ilhas com seu poder durante anos! Hoje encontrará a navalha que acabará com todo terror e escuridão que trouxe, e dará para as famílias a justiça que merecem!

Os ventos sopravam e o clima se mostrava cada vez mais fio. A execução de Baldur Gantz não era apenas uma punição severa, mas um lembrete para todos no mundo sobre a dominância da força marinheira. Os jornalistas batiam foto atrás de foto, sem parar, cada palavra dita por Barthore, que discursava sobre a traição do antigo Almirante de Frota e sua ascensão, desde corrupções e mentiras sobre o governo a crenças para um futuro próspero. Um verdadeiro circo armado, onde Barthore tinha um papel de locutor, mas a estrela do show era um pirata cujo maiores feitos tinham sido fabricados pelo governo.

- Rapaz. - A fala de Arthur para com o agente do governo era curta, mas carregava de apreensão. Era evidente que o aposentado tinha um plano armado para revirar o circo do avesso. E por mais que tivesse agido por anos seguindo seus próprios princípios com os olhos do governo sob si, agora era diferente, o perigo era muito maior e figuras poderosas estavam envolvidas.

...

Ao longe, no horizonte do alto mar, um navio surgia, para os de visão mais aguçada era fácil identificar a bandeira negra que era a mais pura representação do Norte.

Alguém como Barthore não tinha dificuldade para ver, inclusive era o primeiro a perceber a silhueta e imediatamente soltava um curto riso de escárnio. Seu dircurso mudava e apontava para a embarcação a kilometros de distância de MarineFord.

- Está aí uma coisa que não se vê todo dia! Quanta coragem! Todos os olhos miravam a direção que o Almirante de Frota apontava.

- Eles acham que tem força suficiente para nos impedir Bahahahah! - Alguns marinheiros acompanhavam o Almirante e davam risada da situação, Mature revirava os olhos e cruzava seus braços, não se importava com um pequeno grupo de loucos que decidia desafiar o maior quartel general do mundo.

- Como estava dizendo! Nossas forças serão implacaveis e veremos no mundo uma paz que nunca antes foi vista! Mas primeiro teremos sangue, esses piratas já fizeram sangrar muitos inocentes e dessa vez nós os faremos sangrar! - Barthore continuava seu discurso trazendo os olhares novamente para si.

- É bom que a tripulação deste criminoso tenha vindo! Poderão se juntar a ---- Sua frase era sobreposta por um rugido tão alto, tão pesado, poderoso que fazia grande parte dos jornalistas caírem desmaiados. Ainda distante de Marine Ford, era possível ver Umbra imponente na ponta da embarcação, seguido de Veigar e Reina que empunhavam suas armas e imediatamente puxavam um cantigo.

Musiquinha:

- ARGH!!! WE WILL FIGHT!! VIKINGS!!! FOR RAGNARÖK!!!! - Veigar soltava sua voz com toda a potência de seus pulmões comandando a comitiva de guerra. Seu único braço era trajado da soqueira de Baldur cujo os punhos da arma mordiam o enorme porrete apontado para o céu.

As poucas vozes na embarcação vagarosamente se multiplicavam, tomando conta de todo o mar. Uma tsunami sonora que aos poucos revelava sua origem, quando de um a um, outros navios de guerra se revelavam com a descida de um enorme véu invisível, que caia ao mar e se misturava com o azul do oceano.